quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AMANHÃ - 2ª CAMINHADA PELA PAZ - ALAGOA GRANDE

Concentração ás 19:00 horas em frente a Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem e caminhada até o BNB Clube onde será celebrada a Missa de 30º dia da morte de Suedson Magno. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

BANDA JACKSON ENVENENADO LANÇA MAIS UM CD NA TV TAMBAÚ /SBT

 
Sob o comando da jornalista Marcelle Mosso, o programa Feminíssima da TV Tambaú teve como atração musical no programa desta quarta-feira (30), a apresentação da banda alagoagrandense "Jackson Envenenado" cantando os sucessos do seu mais novo CD "Quanto?". A banda cantou varias musicas do CD durante o programa levando a apresentadora a dançar o ritmo contagiante da banda.    É mais um disco totalmente produzido por esta banda que tem lavado Brasil á fora a modernização das raizes jacksonianas.   Coordenada por ROBÉRIO CHAVES, a banda Jackson Envenenado tem se destacado na musica paraibana e nordestina na estrada liderada pela banda CABRUERA e outras do genero.   Da terra de Jackson do Pandeiro para o mundo, mais uma afirmação da boa musica alagoagrandense.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rodrigo Sant’anna apresenta a musa inspiradora da pedinte Adelaide, do ‘Zorra’, e afirma: ‘Sou a cara da pobreza!’



Adelaide: 'centarrus' para enriquecer
Adelaide: 'centarrus' para enriquecer Foto: Thiago Lontra

Naiara Andrade
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Volta e meia, Rodrigo Sant’anna é surpreendido nas ruas com um "Valéria, tem dez centarru?". São fãs misturando nome e bordão de suas personagens mais queridas: a transexual Valéria Vasques e a pedinte Adelaide, do Metrô Zorra Brasil. Pudera! Há três anos, o ator vem colecionando sucessos no "Zorra total". Desde o malandro Admílson, quando dividia cena com a glamourosa Lady Kate (Katiúscia Canoro).
— Fico meio tímido com o assédio do povo, sempre muito festivo. Às vezes, tenho medo de decepcionar as pessoas, porque elas me veem na TV numa situação tão descontraída, de levada sacana, e na vida real sou tão água-com-açúcar... — entrega-se o carioca de 31 anos, nascido no Morro dos Macacos, Zona Norte do Rio.
Inspiração caseira
Foi no subúrbio que, outra vez, Rodrigo buscou inspiração para suas criações. Mais do que na comunidade onde nasceu, Adelaide ganhou vida dentro da própria casa do artista, na figura de Adélia Rosa, essa senhorinha simpática da foto aí ao lado, de 86 anos.
— Minha avó é uma figura! Tem voz arrastada, nariz largo, e vive com uma atadura na perna, mancando por causa das varizes. Transportei isso para a Adelaide. Só não copiei a bengala porque queria que Adelaide parecesse mais jovem. Na minha cabeça, ela tem 33 anos, mas é acabada — explica.



Rodrigo e a avó, Adélia Rosa: inspiração de dentro de casa
Rodrigo e a avó, Adélia Rosa: inspiração de dentro de casa Foto: Roberto Moreyra

Cara de uma...
Mal termina de descrever a avó, dona Adélia dá o ar da graça na sala do apartamento de Laranjeiras, que ganhou de presente do neto. Sua semelhança com a mais nova sensação do humor é realmente espantosa...
— Ah, fico muito feliz com essa homenagem! Adelaide é muito parecida comigo... Gosto dela todinha, inteirinha! E o marido dela? Engraçado à beça. Até nisso ele copiou: quando era mais nova, gostei de um cara igualzinho, bebia pra caramba! — conta a musa inspiradora, apertando os olhinhos num sorriso de satisfação: — Não perco o "Zorra". É muita emoção!
É esse orgulho de dona Adélia em ser retratada como é que Rodrigo cita ao comentar as críticas — descabidas, ele frisa — a Adelaide. Meses atrás, a personagem foi acionada na justiça, sob a acusação de racismo. Telespectadores e membros de ONGs teriam se indignado com uma das cenas do humorístico, em que a pedinte teria comparado o cabelo da filha, Brit Sprite (Isabelle Marques) a palha de aço.
— Talvez se eu tivesse uma avó loura, de olhos azuis, não estivesse enfrentando isso... - Fico triste, de verdade. Sempre contei minha história de uma maneira muito aberta, sem ser panfletário. Falo de gente pobre, humilde, feia, desdentada, analfabeta, com nariz grande, porque é com esse tipo de gente que eu convivi a minha vida inteira. Elas são a matéria-prima do meu trabalho. Minha inspiração é minha família, são os meus amigos. Pessoas das quais eu me orgulho, independentemente dos defeitos que tenham. Quero homenageá-los do jeito que eu melhor sei, com humor. Caso contrário, eu iria fazer, sei lá, Almodóvar! Graças a Deus, ninguém nunca me abordou de maneira pejorativa nas ruas.



Adelaide e a filha, Brit Sprite
Adelaide e a filha, Brit Sprite Foto: Rede Globo/ Divulgação

A cara da pobreza
Rodrigo ri de si mesmo ao citar um dos bordões de Adelaide preferidos pelo público:
— Se Xuxa é a cara da riqueza, eu sou a da pobreza. Outro dia, estava me assistindo no programa dela e comentei: "Meu Deus do Céu! Olha essa minha cara... Nunca que eu deveria estar fazendo televisão, gente!".
Há também, é claro, os que, sentindo-se "celebrados" pela figura de Adelaide, se aproveitam do sucesso da ficção para tentar se dar bem na vida real.
— Já me disseram que tinham visto gente no sinal de trânsito pedindo moeda como ela, com aquela musicalidade, falando "centarru" e tudo — conta Rodrigo, pessoalmente contrário a dar esmolas: — Mendicância virou profissão, né? E, ao mesmo tempo que você fica compadecido com o sofrimento alheio, pode estar contribuindo para que aquela pessoa sobreviva na mesmice. Dinheiro eu não dou, só comida. Mesmo assim, já fui surpreendido negativamente. Uma menina me devolveu um prato: "Miojo eu não como!". E um mendigo que vivia reclamando que estava morrendo de fome, depois de traçar um lanche que eu dei, limpou a boca e repetiu o discurso. Ou seja: esse pessoal não sente fome. Pedir é um vício, e eles são verdadeiros atores. Melhores que eu!
Nem um pouco humilde, muito menos pobre — vide o celular e o tablet que exibe toda vez que aparece —, Adelaide é mais uma vítima do consumismo, segundo definição de seu criador:
— Hoje em dia, independentemente da classe social e financeira em que você vive, o que te torna rico não é a quantidade de coisas que se tem, e sim em quantas vezes você pagou para ter aquilo. Quanta gente de geladeira vazia tem dois celulares, rádio, tablet e tudo mais? Adelaide é uma figura muito realista. Se fantasia de feia para sustentar a imagem da "coitada".



Com o sucesso, Rodrigo conseguiu realizar sonhos de consumo, e hoje mora na Zona Sul do Rio
Com o sucesso, Rodrigo conseguiu realizar sonhos de consumo, e hoje mora na Zona Sul do Rio Foto: Roberto Moreyra/ 03.11.2011

Sonhos realizados
Zero exibicionista, Rodrigo não gosta de comentar o patrimônio adquirido com o sucesso. Mas deixa escapar que tornou real alguns de seus sonhos de consumo, como um iPhone, uma bicicleta elétrica para passear pela orla carioca e, o mais importante, a casa própria, a sua e a da família. Ele trouxe a mãe e a avó de Quintino para a Zona Sul e comprou um segundo apartamento, com vista para a Baía de Guanabara.
— Mas sou tão desapegado que mobiliei o apê, aluguei com tudo dentro para um gringo e fui morar de aluguel em Copacabana. Lá eu tenho mais tranquilidade para passear de bicicleta, é mais agradável.
Assim como Adelaide, o artista tem suas economias.
— Não gasto dinheiro sem necessidade porque sei o valor dele. Não esbanjo com nada. Aliás, ainda não consegui fazer uma viagem internacional, nessa correria toda. Um dia ainda vou para Nova York gastar um pouquinho — brinca.



Rodrigo como o alcoólatra Jurandir: ele só aparece no Ipad
Rodrigo como o alcoólatra Jurandir: ele só aparece no Ipad Foto: Reprodução

Na pele do Burro
Hiperativo por natureza, Rodrigo acumula três personagens no "Zorra" (Valéria, Adelaide e seu marido, o pinguço Jurandir) e, fora da TV, ainda dá conta de três programas de rádio (na Rádio Globo e na Beat 98) e duas peças teatrais em cartaz ("Comício gargalhada" e "O patrão"), além de frequentar aulas de canto para estrelar o musical "Shrek", que estreia em dezembro no Teatro João Caetano. No palco, Rodrigo viverá Burro, o melhor amigo do ogro. Só a faculdade de Psicologia, que tinha começado a cursar, ficou para trás.
— Não dei conta. Desde que Valéria estourou, não faço outra coisa a não ser trabalhar. Nas vezes que me estressei, me senti culpado: "Isso foi tudo o que sempre quis pra mim, como posso estar cansado? Não!". Não me permito reclamar. Meu maior medo é cair no ostracismo, ser esquecido porque não consegui solidificar uma carreira com minhas criações.
O lado ruim da fama? A repercussão na mídia sempre chega acompanhada de uma sensação de angústia: mal o novo personagem ganha o carinho do público, o humorista já está pensando no próximo.
— Respiro aliviado: "Ufa, consegui emplacar mais um". Mas sou tão louco, que não relaxo: "Beleza! E agora? Qual é o novo texto, qual será o novo bordão?". Isso é muito ruim, muito sofrido — desabafa ele, já deixando escapar o que está por vir: — Tem dois papéis que interpreto no teatro que podem vingar na TV, o sensitivo Vanderley das Almas e o Homossexual Obeso.
Pelo jeito, vem mais burburinho por aí...

domingo, 28 de outubro de 2012

NOTICIAS AFRO

Destaque

Eleições Proporcionais 2012

Ao longo dos anos, tenho escrito, falado e comentado que as pessoas em sua trajetória de vida podem se estapear, xingar, mentir oudestratar seus adversários, sem esquecer que em política não devem brigar, nunca. A briga política deve ficar ...

SEPPIR e UNESCO promovem seminário internacional sobre Educação nas relações étnico-raciais

De 29 de outubro a 1º de novembro, especialistas discutem políticas públicas com enfoque na formação de professores e desenvolvimento curricular
Apresentar as iniciativas bem-sucedidas no Brasil, na área de educação para as relações étnico-raciais, bem como os respectivos indicadores sociais, e ampliar as discussões sobre as políticas públicas voltadas para este campo, com enfoque na formação de professores ...

Rio comemora 100 anos do bondinho

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Fundado em 1912 pelo engenheiro Augusto Ferreira Ramos, o teleférico mais famoso do mundo completa hoje (27) 100 anos. O bondinho do Pão de Açúcar, no Morro da Urca, zona sul do Rio, foi o primeiro do ...

ONU e União Africana reforçam apelo de paz em Darfur; grupo rebelde apoia fim das hostilidades

A Chefe interina da Missão das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID) destacou na quinta-feira (25) ...

Kardashian e Kanye West planejam casamento de US$20 milhões

Kim Kardashian e Kanye West estão planejando um casamento de US$ 20 milhões. De acordo com o site Contact Music, os dois querem selar a união assim que for oficializado ...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ALAGOA GRANDE REALIZA REUNIÃO DO PLANO ESTADUAL DA CULTURA COM REPRESENTATES DO BREJO PARAIBANO

Aconteceu na cidade de ALAGOA GRANDE, PB, nesta qunita-feira, dia 25, mais uma reunião do PLANO ESTADUAL DA CULTURA objetivando o recebimento de PROPOSTAS e o PREENCHIMENTO DE FORMULÁRIOS DE PESQUISA que irão contribuir para a organização do BANCO DE DADOS com informações sobre a CULTURA DA PARAIBA que terminará por subsidiar a elaboração do PLANO ESTADUAL DA CULTURA que norteará a execução das realizações culturasi no Estado pelo período de 10 anos sob a coordenação da Secretaria da Cultura do Estado.

Estiveram presentes a ARTICULADORA DA CULTURA DO BREJO, SILVANA RODRIGUES e MARIA MARQUES MACIEL, GERENTE OPERACIONAL DE ARTE POPULAR DO GOVERNO DO ESTADO.   Presença de representantes de grupos artisticos e culturais da cidade de AREIA.   Tambem estiveram presentes o SECRETÁRIO DA INFRAESTRUTURA, JOSÉ AVELAR e da EDUCADORA, NELÍ CARLOTO.   Diversos representantes da cultura local se fizeram presentes a exemplo de ALEXANDRE e TIAGO (hip-hop), ALAN (audio visual), MERCES (literatura) e muitos outros.

A recepção no auditório da Prefeitura Municipal foi de IRNAR FRANCISCA(Secretária da Cultura e Turismo), e do CONSELHEIRO ESTADUAL DA CULTURA, SEVERINO ANTONIO (bibiu do jatobá) que falou sobre o avanço da Secretaria da Cultura do Municipio rumo ao Sistema Nacional da Cultura no Governo do Prefeito João Bosco Carneiro Junior.   Segundo bibiu, "OS ALICERCES PARA O NOVO TEMPO DA CULTURA DO MUNICIPIO FORAM  IMPLANTADOS NESTA GESTÃO".

A reunião transcorreu em amplo debate e rica em informações que muito contribuirão para fortalecer ALAGOA GRANDE e outras cidades do brejo na estruturação de seus SISTEMAS MUNICIPAIS DE CULTURA.  Vejam as fotos da citada reunião:

























Informações: Secretaria da Cultura e do Turismo - Alagoa Grande, PB.
Redação: bibiu do jatobá.
No facebook:  http://www.facebook.com/severino.bibiu


AREIA VENCE CONCURSO DE PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL - BELO EXEMPLO!



Nesta quarta-feira (24), a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília, será palco da cerimônia de premiação dos sete vencedores da 25ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura.
Mais de 200 trabalhos foram inscritos, mas apenas sete cidades foram contempladas, entre elas a cidade de Areia, que fica localizada no Brejo paraibano. Areia foi à vencedora na categoria Preservação de Bens Móveis, de iniciativa da Associação dos Moradores de Areia (AMAR) com a ação da Oficina de Salvaguarda e Restauração intitulada: Areia e seus Museus
Para o presidente da AMAR, Carlomano Correa de Abreu, receber um prêmio dessa magnitude é o reconhecimento da valorização da cultura ‘na terra da cultura’ e a cidade só tem a comemorar. 
“Nesse projeto nós requalificamos os modelos e a estabilização dos acervos e a partir dele também foi criado em Areia um laboratório de preservação e restauro tudo visando o incentivo da cultura e da preservação do patrimônio histórico”, explicou o presidente da AMAR. 
Além do presidente da AMAR, também estão em Brasília para receber a premiação o prefeito eleito e o vice, Paulo Gomes e André Perazzo, o deputado Tião Gomes (PSL), além das idealizadoras do projeto, Lucia Geovana, Edilene Cardoso e Bisneta Benigna.
Os vencedores receberão certificado, troféu e R$ 20 mil em dinheiro. Este ano, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade celebra também os 75 anos do Iphan e os 400 da cidade de São Luís, no Maranhão.
A solenidade terá início às 19h e no final haverá o show do sambista Paulinho da Viola. A entrada é franca e limitada ao número de ingressos disponíveis, que serão distribuídos na bilheteria do Teatro, no dia 24 de outubro, a partir das 12h.
 

A REUNIÃO PARA ENCAMINHAMENTO DE PROPOSTAS PARA O PLANO ESTADUAL DA CULTURA DA REGIONAL DO BREJO, É HOJE, A PARTIR DAS 09 HORAS EM ALAGOA GRANDE

CONVITE   -   CONVITE



    Secretaria Estadual da Cultura da Paraíba, através da 2ª Regional-Brejo, vem convidar os Gestores, Parlamentares, representantes dos movimentos culturais e artistas em geral para participarem de importante reunião de encaminhamento de propostas para o Plano Estadual da Cultura. A citada reunião acontecerá HOJE, 5ª Feira, dia 25/10/2012, no AUDITÓRIO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE ALAGOA GRANDE, a partir das 09 horas da manhã com a presença de representantes de  Alagoa Grande, da Secretaria da Cultura do Estado e cidades vizinhas.

Atenciosamente:

Silvania Rodrigues Nunes - Articuladora Cultural da 2ª Região (SECULT-PB ):
CONTATO - NANA - 8892 1811 - 9925 5773

Severino Antonio (bibiu) – Conselheiro Estadual da Cultura – Regional: Brejo.
CONTATO: 9106 0287 – 9903 2392 - severinopb@uol.com.br

INDIOS PEDEM SOCORRO - SOCORRO!

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Por Iara Vicente
“Cantiga de índio que perdeu sua taba,
no peito este incêndio nunca se apaga
Deixa o índio no seu canto
que eu canto um acalanto, faço outra canção”
Sete cantigas para voar, Vital Farias
A cerca de dez dias atrás os Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay tornaram pública a sua decisão de morrer coletivamente. A situação insustentável dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, de confinamento e terror coletivo, explode enfim num episódio trágico.
O ultimato, tornado público no dia 08 de Outubro de 2012 pelo conselho Aty Guasu Guarani e Kaiowá do MS, é o último recurso de um povo que tem sido oprimido e sistematicamente expulso de suas terras. Em resposta à ordem de despejo decretada pela justiça do município de Naviraí, os indígenas declararam em carta que decidem morrer coletivamente e que desejam ser enterrados no local da terra em disputa.
Dizem eles: “Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.”
Pyelito Kue/Mbaratay é um dos mais de 20 territórios tradicionais do povo Guarani-Kaiwoá no Mato Grosso do Sul. A etnia, extremamente numerosa para as pequenas áreas em que se instalam, sobrevivem em condições precárias. No meio de um conflito fundiário ferrenho que já dura décadas, as comunidades Guarani-Kaiowá vivem em territórios provisórios entre as fronteiras de enormes fazendas, cujos donos são bastante influentes na política local e nacional.
Esperando pela demarcação de suas terras, os indígenas têm vivido em um verdadeiro pesadelo. Nos acampamentos, a expectativa de vida é inferior à de países africanos em guerra¹. A mortalidade infantil anual, nos últimos cinco anos, passou de 48 casos para 1900. A taxa de suicídios dentre os Guarani-Kaiwoá é considerada uma das mais altas do mundo – enquanto à média do Brasil é de 5,7 a cada 100 mil habitantes, nesta comunidade indígena o contingente é maior que 100 a cada 100 mil habitantes.
Além disso, é frequente a invasão de pistoleiros nos acampamentos indígenas. Tornou-se comum a morte de lideranças e de cidadãos indígenas nas áreas de conflito. A imprensa local interpretou o fato como “a guerra que os produtores declararam aos indígenas”. E mesmo com os ataques continuando a crescer, os assassinatos, agressões e incêndios criminosos seguem impunes.
No ano de 2010, foram vários os relatórios de organismos internacionais falando sobre a gravidade da situação indígena no MS. Marina Silva, durante seu mandato de Senadora da República, enviou uma carta ao presidente Lula, na qual afirma que “não poderemos falar em crescimento ou em desenvolvimento decentes enquanto não dermos uma solução generosa para o atual confinamento desse povo e suas decorrências – o que, neste caso, não significa lhes dar o peixe, nem lhes ensinar a pescar, mas lhes devolver os rios.” Aliás, não faltam exemplos de brasileiros e brasileiras notáveis em seus campos de atuação demonstrando solidariedade para com a luta dos indígenas no Mato Grosso do Sul.
Apesar de tudo é um problema que segue se aprofundando e sendo retransmitido de governo a governo. Vivemos uma guerra civil no Brasil rural, onde os povos tradicionais vivem o extermínio lento e constante na luta àrdua por seus modos de vida. O questionamento que o povo Guarani-Kawioá levanta é: se o governo colabora nas violências que os indígenas sofrem, a quem mais se pode recorrer? Qual alternativa sobra?
O filósofo Michel Foucault afirma, acertadamente, que a essência das relações de poder é legislar sobre o jogo nu da vida e da morte. É a decisão acerca de qual vida zelar e de quem se deixa morrer. De qual realidade se quer dar manutenção. Um exercício justo de governo no Brasil tem por obrigação deixar viver o povo Guarani-Kaiowá.
E é revoltante ter não só ponderar, mas protestar sobre isso, nesta altura da História. Então derrubaram a ditadura para isso aí? É aceitável que um governo, ainda mais um governo que se diz “de esquerda” só se pronuncie frente o massacre,  frente à brutalidade, quando a sociedade brasileira se solidariza com o perigo de um suicídio anunciado de Pyelito Kue/Mbarakay?
Escrevendo aqui eu lembrei desta foto. Uma velhinha, em uma manifestação pelos direitos das mulheres, segurando um cartaz que – em português polido – pode ser traduzido como “Eu não acredito que ainda preciso protestar por causa disso”. Compartilho o sentimento, mesmo aos meus vinte anos. Eu não acredito, ainda precisemos convencer os governos a não deixar que morram os Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay.
Eu não acredito, ainda precisamos convencer os poderosos e poderosas que um país rico é um país que não extermina os seus povos tradicionais. Eu não acredito, ainda precisamos dizer o óbvio, o bíblico, não matarás. E não acredito que alguém ainda analise a invisibilidade que as populações tradicionais como algo próximo da ingenuidade dos governantes. Porque, de fato, não o é. É parte de um projeto político que vê os indígenas e a natureza como obstáculos para o crescimento econômico. E o crescimento econômico, nessa visão, é o que mais importa.
Enfim, é com perplexidade mas com disposição que  vozes de todo o país têm se juntado em solidariedade à luta deste povo. Se é preciso dizer o óbvio, exigir resposta às mais pungentes necessidades, vamos à elas.
Reconhecer o direito de um povo a existir é reconhecer o direito à moradia digna, à religiosidade indígena, o acesso à saúde. Então em consoância com a luta centenária de nossos irmãos e irmãs indígenas, eu rogo ao Estado Brasileiro, neste grito singelo, e de tão básico, brutal: deixa existir.
¹Dado da publicação Povos Indígenas do Brasil 2006/2010, do Instituto Socioambiental

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

NOTÍCIAS AFRO

Destaque

No último debate ao vivo, Obama mostra quem é que manda

O tema principal era política externa, mas economia não ficou de lado no duelo
Fábio Cervone, colunista do R7

Ministra recebe apoio para Vale Cultura

 A ministra da Cultura, Marta Suplicy, pediu o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e da bancada de deputados da Frente Parlamentar da Música, para aprovar o Vale Cultura. Marco ...

Ator global critica pouco espaço para o negro na televisão brasileira

 
Brasília - Horas antes da abertura do Festival Latino-Americano e Africano de Arte e Cultura 2012 (Flaac 2012), na Universidade de Brasília (UnB), estudantes de e

Evangélicos vão boicotar a novela Salve Jorge

Trama é acusada de promover 'Ogum' (identificado como entidade candomblé). Bispo entra na polêmicaDIÁRIO SP ONLINE
Divulgação/TV Globo Neto de Silvio Santos, dono do SBT, Tiago Abravanel vai atuar na novela da Globo
Além de ...

O Novo Álbum de Karyn White

Superwoman,álbum de 1988 - Sucesso nas pistas Blacks
O álbum previsto para 22 de Outubro já circula na rede e nós da CBMN já ouvimos. O grande destaque vai para a Faixa “Sista Sista”, vale a pena só por este som. Uma grande melodia!! ...

Dividido, STF condena Dirceu e ex-dirigentes do PT por formação de quadrilha

Rio de Janeiro – Um debate conceitual sobre as diferenças entre o crime de formação de quadrilha e a ...

Joaquim Barbosa, um operador do Direito na Corte!

 
Por Cidinha da Silva Muito da esquerda rabugenta e obtusa ...

Após incêndio, prefeitura de São Paulo vai desalojar parte de favela na zona leste

São Paulo – Pelo menos 50 famílias da favela da Vila Prudente, na zona leste de São Paulo, que conseguiram salvar ...

Protesto expõe acusado de tortura durante a ditadura militar em São Paulo

A região da Brigadeiro Luís Antônio, uma das principais avenidas de São Paulo, amanheceu, neste sábado (20), com centenas de cartazes de protesto contra Homero César Machado, militar reformado acusado de ter comandado sessões de tortura contra presos políticos durante a ditadura militar como parte da Oban (Operação Bandeirante).
Cartazes colados na ...