Nota do Movimento Quilombo Raça e Classe
Em uma conjuntura em que se acirram as diferenças de classe impulsionadas por uma das maiores crises globais do capitalismo, assistimos revoltados, o crescimento de uma pratica que até pouco tempo se pensava (ou se disfarçava) que aqui no Brasil não existia: a intolerância religiosa.
No nosso país, onde a elite branca se utilizou de outras armas (como a “teoria do embranquecimento, no século 19, e o “mito da democracia racial”, no século 20), nunca houve uma legislação abertamente segregacionista, apesar da cotidiana prática do racismo.
Entendia-se que o Brasil não seria atingido por essa demonstração de fundamentalismo porque somos os ícones da democracia racial, onde todos e todas são livres e não há discriminação por causa da cor da pele ou porque nosso país em sua constituição se coloca como um país laico.
Infelizmente essa falácia caiu por terra há muito tempo. Não são poucas as denúncias de racismo e de práticas cotidianas de intolerância religiosa no meio da população negra brasileira. Apesar de até hoje nunca termos nenhum racista preso e condenado.
Aqui em Recife, assistimos (não sem luta) o crescimento de pré-conceitos que se julgava não fazer parte do nosso histórico cultural. Práticas como a invasão de terreiros das religiões afro-brasileiras, agressões aos praticantes, difamações, perseguições e prisões.
Tudo isso acontece sob as barbas de um Estado e de uma Prefeitura omissos e coniventes com essa pratica deplorável e degradante. Se a nossa constituição nos condiciona como país laico é dever dos governantes promoverem ações para que o direito de praticar a religião seja livre e para todos. Não apenas para um setor da sociedade.
Na prática hoje o que existe é uma campanha de demonização das religiões afro, de marginalização da cultura do povo negro, de criminalização dos movimentos sociais capitaneada por uma parte das igrejas evangélicas e líderes (Malafaia, Edir Macedo, etc) com o nítido objetivo de pregar uma “purificação” e a imposição de suas seitas, ditas como igrejas pentecostais.
O Movimento Negro Quilombo Raça e Classe participa dessa VIª Caminhada dos Terreiros para denunciar essas praticas criminosas e exigir do Governador Eduardo Campos e do Prefeito João da Costa a imediata punição nas formas da lei (prisão) dos líderes religiosos que promovem ou incentivam a intolerância contra a religiosidade do povo negro. Da mesma forma também denunciamos e exigimos da presidente Dilma que se retire das programações das televisões brasileiras programas evangélicos que teimem ou insistam em demonizar as religiões e a cultura de nosso povo.
No mês da Consciência Negra o Quilombo Raça e Classe faz uma chamado ao povo negro a fazer uma reflexão sobre o real significado dessa data: a luta e liderança de Zumbi, a rebeldia de João Cândido, a poesia libertária de Solano Trindade, mas especialmente refletir sobre a necessidade de se combater o racismo na perspectiva de uma sociedade socialista. Em profunda e honesta aliança com os setores oprimidos da classe trabalhadora: as mulheres, os homossexuais, os indígenas, a juventude da periferia. Sem nenhuma ilusão nos governos de plantão como assim nos ensinaram nossos heróis Zumbi e João Cândido.
Como dizia o líder das lutas antirracista nos Estados Unidos, Malcolm X: não existe capitalismo sem racismo”.
FONTE: http://africas.com.br/portal/pe-via-marcha-dos-terreiros-na-luta-contra-o-racismo-e-a-intolerancia-religiosa/
Em uma conjuntura em que se acirram as diferenças de classe impulsionadas por uma das maiores crises globais do capitalismo, assistimos revoltados, o crescimento de uma pratica que até pouco tempo se pensava (ou se disfarçava) que aqui no Brasil não existia: a intolerância religiosa.
No nosso país, onde a elite branca se utilizou de outras armas (como a “teoria do embranquecimento, no século 19, e o “mito da democracia racial”, no século 20), nunca houve uma legislação abertamente segregacionista, apesar da cotidiana prática do racismo.
Entendia-se que o Brasil não seria atingido por essa demonstração de fundamentalismo porque somos os ícones da democracia racial, onde todos e todas são livres e não há discriminação por causa da cor da pele ou porque nosso país em sua constituição se coloca como um país laico.
Infelizmente essa falácia caiu por terra há muito tempo. Não são poucas as denúncias de racismo e de práticas cotidianas de intolerância religiosa no meio da população negra brasileira. Apesar de até hoje nunca termos nenhum racista preso e condenado.
Aqui em Recife, assistimos (não sem luta) o crescimento de pré-conceitos que se julgava não fazer parte do nosso histórico cultural. Práticas como a invasão de terreiros das religiões afro-brasileiras, agressões aos praticantes, difamações, perseguições e prisões.
Tudo isso acontece sob as barbas de um Estado e de uma Prefeitura omissos e coniventes com essa pratica deplorável e degradante. Se a nossa constituição nos condiciona como país laico é dever dos governantes promoverem ações para que o direito de praticar a religião seja livre e para todos. Não apenas para um setor da sociedade.
Na prática hoje o que existe é uma campanha de demonização das religiões afro, de marginalização da cultura do povo negro, de criminalização dos movimentos sociais capitaneada por uma parte das igrejas evangélicas e líderes (Malafaia, Edir Macedo, etc) com o nítido objetivo de pregar uma “purificação” e a imposição de suas seitas, ditas como igrejas pentecostais.
O Movimento Negro Quilombo Raça e Classe participa dessa VIª Caminhada dos Terreiros para denunciar essas praticas criminosas e exigir do Governador Eduardo Campos e do Prefeito João da Costa a imediata punição nas formas da lei (prisão) dos líderes religiosos que promovem ou incentivam a intolerância contra a religiosidade do povo negro. Da mesma forma também denunciamos e exigimos da presidente Dilma que se retire das programações das televisões brasileiras programas evangélicos que teimem ou insistam em demonizar as religiões e a cultura de nosso povo.
No mês da Consciência Negra o Quilombo Raça e Classe faz uma chamado ao povo negro a fazer uma reflexão sobre o real significado dessa data: a luta e liderança de Zumbi, a rebeldia de João Cândido, a poesia libertária de Solano Trindade, mas especialmente refletir sobre a necessidade de se combater o racismo na perspectiva de uma sociedade socialista. Em profunda e honesta aliança com os setores oprimidos da classe trabalhadora: as mulheres, os homossexuais, os indígenas, a juventude da periferia. Sem nenhuma ilusão nos governos de plantão como assim nos ensinaram nossos heróis Zumbi e João Cândido.
Como dizia o líder das lutas antirracista nos Estados Unidos, Malcolm X: não existe capitalismo sem racismo”.
FONTE: http://africas.com.br/portal/pe-via-marcha-dos-terreiros-na-luta-contra-o-racismo-e-a-intolerancia-religiosa/
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