A programação segue com show do quinteto instrumental de Campina Grande Baú do Chorinh
Shows de Luiz Melodia, Baú de Chorinho, performances circenses e apresentações da cultura indígena compõem a festa preparada pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) para comemorar o aniversário de 429 anos da fundação de João Pessoa, na próxima terça-feira (5), no Espaço Cultural José Lins do Rego, a partir das 19h, com entrada gratuita.
Durante a programação, o artista Shiko mostrará a sua arte ao público. As cores e traços do seu graffiti vão colorir um mural do mezanino do Espaço Cultural, e o público poderá assistir a construção da obra que vai homenagear a arte paraibana.
Já no início da noite, artistas circenses farão performances especiais para recepcionar o público. Representando as raízes e o carnaval pessoense, também no dia 5 de agosto, o Espaço Cultural sedia o 3º Encontro das Tribos Indígenas do Carnaval. Cerca de 10 agremiações que mantêm viva a identidade cultural da Paraíba farão uma apresentação coletiva com dança e canto na Praça do Povo, a partir das 19h. Cocares gigantes, os chamados capacetes, adereços que fazem parte da indumentária dos grupos indígenas, serão expostos no local para a apreciação do público.
A programação segue com show do quinteto instrumental de Campina Grande Baú do Chorinho, às 21h, no Teatro de Arena, e se encerra com a musicalidade do carioca Luiz Melodia, que traz a João Pessoa o seu novo trabalho composto de sambas antigos, “Estação Melodia”.
A apresentação trará repertório pautado pelas diferentes fases do samba, das décadas de 1930, 1940 e 1950, que passeiam por composições de Cartola, Noel Rosa, Jamelão e seu pai, Oswaldo Melodia. A apresentação inicia às 22h, no palco da Praça do Povo.
Luiz Melodia – Nascido no Estácio, Luiz Melodia desceu cedo o morro de São Carlos levando inquietude e suingue. Mostrou talento em lidar com diversos ritmos e tornou-se muito além de um sambista.
Aos 21 anos, o garoto do subúrbio carioca já possuía suas composições imortalizadas por duas das maiores interpretes da música brasileira. Em 1971 Gal Costa apresentou “Perola Negra” para o mundo, e em 1972 foi a vez de Maria Betânia gravar “Estácio, Holly Estácio”, para o disco “Drama – Anjo Exterminado”.
Apadrinhado por Wally Salomão e Torquato Neto em 1973, tem seu primeiro contrato artístico e se lança como cantor, mostrando ser um artista completo, de voz única e provando que era indiscutivelmente o melhor interprete de suas canções. Seu disco de estréia, “Perola Negra”, é considerado por muitos uma das maiores estréias da musica brasileira, incluindo versões definitivas de clássicos como Perola Negra, Magrelinha, Estácio Holly Estácio.
Seus três discos seguintes, “Maravilhas Contemporâneas” (1976), “Mico de Circo” (1978) e “Nós” (1980), consolidaram sua carreira com o sucesso de canções como “Juventude Transviada” e “Fadas”, “A voz do Morro” e “Negro Gato”.
Nas duas décadas posteriores Luiz lança “Felino” (1983), obtendo grande sucesso com a canção “só”, “Claro” (1988), “Pintando o sete” (1991), onde surpreendeu imortalizando “Codinome Beija Flor” em sua voz, “Relíquias” (1995), “14 quilates” (1997) e “Acústico” (1999) gravado ao vivo durante sua turnê nacional, considerada sucesso de público e crítica, com o qual ganhou um disco de ouro.
A cada disco Luiz Melodia se mostra mais versátil e criativo, sendo reconhecido nacional e internacionalmente, participando de grandes festivais como Chateauvallon (1978) e Folcalquier (1992) na França, Montreux Jazz Festival (2004) e Paléo (2008) na Suíça dentre outros.
Em 2001 Luiz lança “Retrato do artista quando coisa”, a seguir, em 2003 seu primeiro DVD, “Luiz Melodia Convida”, com participações de Elza Soares, Zeca Pagodinho, Gal Costa e Luciana Melo dentre outros. Voltando ao samba, lança Estação Melodia (2007) se entregando como interprete de clássicos do samba, este disco serviu como base para o segundo DVD da carreira, intitulado “Especial MTV - Estação Melodia”
Nesse turbilhão de ritmos e suingue, sendo um artista do mundo sem nunca deixar de ser um autêntico brasileiro, Luiz Melodia é um artista que nasceu para provar que, em nossa musica, não há pérolas tão preciosas quanto as pérolas negras.
Estação Melodia – “Eu sei que não sou majestade. Não tenho, nem quero coroa. Eu quero é cantar na cidade”. Estes versos de O Rei do Samba (Miguel Lima/ Arino Nunes) talvez funcionem como uma síntese da atual fase de Luiz Melodia: em seu primeiro trabalho essencialmente como intérprete, ele busca, sem firulas ou intervenções modernosas, potencializar os sentidos da palavra cantada. Em Estação Melodia, a voz dialoga diretamente com seus interlocutores, sem intermediários. E quando este diálogo é movido a samba, as coisas fluem ainda com mais naturalidade. Há seis anos, Melodia acalentava a idéia de um projeto sobre samba. Paralelo a isso, em meados de 2006, o cantor foi convidado para fazer um show especial em comemoração aos 70 anos do Teatro Rival. Focado em sambas de várias épocas, o espetáculo seria o embrião, por assim dizer, do disco.
No carnaval deste ano, o repertório foi fechado e um desejo antigo começava a se delinear. Assim, cinco anos depois de seu último CD em estúdio, Melodia volta à cena com um trabalho de interpretação; que não deixa, em última instância, de ser também de composição: a assinatura que o cantor imprime às canções é tão particular, que perpassa a nítida impressão de co-autoria. Conceitualmente, Estação é um mergulho estético e temático no samba dos anos 30, 40 e 50. O que não exclui canções de décadas posteriores, que aqui ganham a roupagem sonora “daquele tempo”. Com isso, o cantor Melodia brinca de cantar, cuja precisão vocal ganha ainda mais brilho associada à descontração característica do tema em questão. O compositor Melodia só aparece em uma faixa, a incondicional Nós Dois(em parceria com Renato Piau), cuja beleza dos versos evidencia o grande arquiteto de canções que neste disco prefere dar novo sentido às músicas alheias.
REDAÇÃO - WSCOM.COM
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