sábado, 22 de junho de 2019

NO NORDESTE 84% DA POPULAÇÃO É CONTRA A PRESENÇA DE OUTROS RITMOS DURANTE OS FESTEJOS JUNINOS

O SÃO JOÃO É UM ESTADO DE POESIA NA ALMA DO NORDESTINO -

Das 1647 pessoas que votaram, 1388 (84%) não concordam que tenha outro ritmo nos festejos juninos.

Entra ano e sai ano e a polêmica sobre quais ritmos devem ser representados nos festejos juninos. Só vale forró ou tem espaço para os outros gêneros? Pensando nisso, o Portal Correio fez uma enquete para os leitores: “Você é a favor de outros ritmos nos festejos juninos?”. No que depender do leitor do Portal Correio, só deveria ter forró durante o São João.
Das 1.647 pessoas que votaram, 1.388 (84%) não concordam que tenha outro ritmo nos festejos juninos. Por outro lado, apenas 16% (259 votos) dos leitores acreditam que há espaço para tudo.
Para Lucas Dan, sanfoneiro do grupo de forró Os Fulanos, de João Pessoa, os outros ritmos podem também se apresentar durante o São João, desde que exista bom senso por parte dos organizadores.
“Acredito e defendo a diversidade na música/arte plural. Noto que pluralizar os grandes eventos/festivais de música é uma tendência mundial, certamente não é só nas festas juninas que isso tem ocorrido. Não enxergo como diretamente prejudicial, entretanto, acredito que é uma situação melindrosa que necessita de um certo equilíbrio. Ora, os turistas vem ao Nordeste em busca de ouvir/dançar/vivenciar o forró. Assim como buscam no Rio de Janeiro o samba no carnaval. Oferecer uma programação junina em que o forró é minoria talvez seja incoerente, pouco fomente os grupos locais, fragilize a identidade da festa e desperdice uma boa oportunidade de legitimar nossa cultura”, afirmou.
OS TRIOS DE FORRÓ SÃO PARA A FESTA JUNINA COMO O CORAÇÃO É PARA O CORPO HUMANO - INSUBSTITUÍVEL
Lucas foi além. Para ele, o São João é muito mais do que uma simples festa. Envolve todo um sentimento de pertencimento.
“Acho importante deixar claro que o São João é maior que as festas organizadas por empresas e ocorre no peito de cada nordestino independente de qualquer coisa. Mas, simultaneamente, isso não isenta as entidades governamentais de cultura (principalmente) de possuírem uma responsabilidade sobre nossos patrimônios imateriais, fomento e preservação deles”, finalizou.
Assim como Lucas Dan, o vocalista da banda Os Gonzagas, Zé Neto, acredita que há espaços para outros ritmos, desde que eles possam conversar com os gêneros predominantes no forró.
“Dependendo dos ritmos nas festas, pode haver um intercâmbio de culturas, mas eu acho que o ritmo predominante tem que ser adequado para o São João, o ritmo que permeia o cancioneiro da música nordestina na festa de São João. Mas eu acho que existiria uma aceitação se tivesse uma simbiose, por exemplo, de outras festas, mas ultimamente o que se tem visto é que há alguns ritmos predominantemente por estarem na moda, na crista da onda do mercado”, acrescentou.
“Os ritmos nordestinos são ricos demais, diversos demais para alguns ficarem de fora em detrimento de outros que estão praticamente dominando certas festas com a força que têm financeira de mercado, de fama, da mídia e etc”, concluiu.
FOTOS E EDIÇÃO DA MATÉRIA DE SEVERINO ANTONIO (bibiu).
TESTO COLHIDO NO SITE PORTAL - O FAROL

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