sábado, 26 de novembro de 2011

Em manifestação, Zé Celso sugere "acender rojão" em Dilma

 


O diretor de teatro Zé Celso Martinez Correa, que sugeriu "acender" Dilma

O diretor do Teatro Oficina José Celso Martinez Correa causou constrangimento ao reclamar da presidente Dilma Rousseff em ato nesta quarta-feira, na Câmara, que pedia mais verba para o setor cultural.
Artistas e gestores culturais foram convocados pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), presidente da Frente Parlamentar da Cultura, para pressionar os congressistas por emendas ao orçamento de 2012 do Ministério da Cultura. A previsão atual é de R$ 1,79 bilhão --valor pouco acima do orçamento 2011.
Convidado a integrar uma mesa composta principalmente de políticos da base governista, Zé Celso --que declarou voto na presidente-- passou a desfiar críticas, chamando-a de "tecnocrata" e dizendo que ela comete um "assassinato cultural" ao ficar "prisioneira do lobby e dos partidos".
O diretor usou um isqueiro para demonstrar o que acha que tem que ser feito: "Temos que mudar radicalmente, temos que botar fogo no rabo dos congressistas, da Dilma. Quero acender um rojão nessa mulher!", exclamou, seguido de risos nervosos de público e mesa.
Ele elogiou a "sensibilidade cultural" do ex-presidente Lula e defendeu a ministra Ana de Hollanda, alvo de constantes críticas: "Não façam a ministra de bode expiatório. A Dilma é que é uma tecnocrata que não tem a menor ideia da importância estratégica que tem a cultura."
O secretário de Articulação Institucional do MinC, Roberto Peixe, foi o único a enfrentar Zé Celso ao dizer que não faltam políticas culturais no governo e que o maior problema é a escassez de recursos.
PLANALTO
Após o ato, parlamentares e artistas seguiram para o Planalto, onde foram recebidos em reunião pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Eles pediram, principalmente, que o governo não vete as emendas apresentadas ao orçamento 2012 do MinC
De acordo com a deputada Jandira, a Comissão de Educação, Esporte e Cultura do Senado apresentou uma emenda no valor de R$ 500 milhões e a Câmara outras duas emendas de R$ 400 milhões cada (uma vinculada a museus e outra ao Plano Nacional do Livro e da Leitura). Há ainda as emendas das bancadas estaduais, que podem ser apresentadas até amanhã.
No encontro com Ideli, os artistas pediram também um encontro com Dilma, lembrando que o apoio dos artistas durante a campanha presidencial teve forte impacto na eleição.
Zé Celso, mais uma vez, apelou ao isqueiro e pediu que Ideli o entregasse para a presidente --no que ela, bem-humorada, concordou. A ministra afirmou que a questão cultural está sendo trabalhada pelo governo e que tentaria agendar um encontro de Dilma com o setor.

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