O
escritor cearense Arievaldo Vianna lança, neste sábado (25), a
biografia do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros. O lançamento
acontece às 18h, no mezanino 2 do Espaço Cultural José Lins do Rego, em
João Pessoa. A programação da noite conta com as presenças de Iponax
Vila Nova (declamador) e dos repentistas Rogério Meneses e Antônio
Lisboa. A entrada é gratuita.
O evento realizado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), antecipa as comemorações pelo sesquicentenário de nascimento do poeta paraibano natural da cidade de Pombal, que acontece em 19 de novembro.
O autor da biografia apresenta um trabalho amparado em fotos, documentos e informações inéditas sobre a vida e obra de Leandro de Barros. No texto de apresentação do livro, o poeta e pesquisador baiano Marco Haurélio, afirma: "Trata-se da biografia do nosso mais importante poeta popular, Leandro Gomes de Barros, patriarca da literatura de cordel e autor de, pelo menos, vinte clássicos incontestáveis do gênero. Arievaldo salda o débito que contraiu com o mestre paraibano desde que foi apresentado, na infância, pela avó Alzira de Souza Lima (1912-1994) ao grande pícaro Cancão de Fogo, espécie de Lazarillo de Tormes sertanejo, e maior criação de Leandro."
O cordelista paraibano é autor de dois folhetos que influenciaram Ariano Suassuna na criação de sua obra mais famosa, o 'Auto da Compadecida'. Trata-se de 'O Dinheiro' (ou O testamento do Cachorro), de 1909 e 'O cavalo que defecava dinheiro'. Em artigo que escreveu e publicou em 1976, o poeta Carlos Drummond de Andrade considera Leandro 'Rei da poesia sertaneja' e reivindica para ele o título de 'Príncipe dos Poetas Brasileiros', que foi concedido a Olavo Bilac, em 1913. Esse polêmico artigo de Drummond é cuidadosamente analisado em um dos capítulos da biografia escrita por Arievaldo. Segundo o autor, foi uma pesquisa árdua e persistente, ao longo dos últimos dez anos, sem contar com apoio financeiro de qualquer espécie, apenas a colaboração de amigos que também admiram a obra do grande poeta.
Na opinião do professor Gilmar de Carvalho, estudioso da cultura popular que assina o prefácio da obra, "Leandro é daquelas unanimidades a favor. Inegável que foi o grande nome do folheto e um dos sistematizadores da edição de cordéis no Brasil, com rima, métrica e folheto múltiplo de quatro páginas, com capa gráfica, no início, e com xilogravura, tempos depois. Curiosa essa passagem do violeiro para o poeta de bancada. Importante compreender como a maquinaria obsoleta para os grandes centros se interiorizava e dava lugar a jornais políticos e depois a uma atividade que movimentou a economia, que revolveu nossas camadas de memória e se fixou no imaginário social", destacou.
Poeta atemporal, Leandro se valeu da sátira para criticar os desmandos de seu tempo: a influência estrangeira em Pernambuco, estado onde se estabeleceu. Com o chicote da sátira, vergastou os coronéis da Velha República. Pleno de graça, lançou chispas em direção ao clero, sem esquecer os protestantes e a justiça (dos tribunais). Ao mesmo tempo, exaltou os cangaceiros liderados por Antônio Silvino, criando o modelo que seria seguido pelos futuros biógrafos de Lampião no cordel: a fusão do cangaceiro nordestino com o cavaleiro andante do Medievo europeu.
Em 176 páginas, o livro reúne, além dos fatos relacionados à vida do poeta, raridades como fotos de familiares, documentos que esclarecem aspectos antes obscuros da biografia de Leandro. A pesquisa tem colaboração de Cristina Nóbrega, bisneta de Daniel, irmão de Leandro. Merecem destaque também, as entrevistas com o escritor Pedro Nunes Filho e o consagrado cordelista Paulo Nunes Batista. O primeiro é bisneto de Josefa Xavier de Farias, irmã de Adelaide (mãe de Leandro). O segundo é filho do pioneiro do cordelismo, Francisco das Chagas Batista, amigo do criador de Cancão de Fogo, e guarda na memória episódios interessantes que ouvia de seu irmão Pedro Werta, afilhado do biografado.
Serviço:
Lançamento da biografia Leandro Gomes de Barros - O Mestre da Literatura de Cordel, vida e obra - autor: Arievaldo Vianna
Participações: de Iponax Vila Nova (declamador), Rogério Meneses e Antônio Lisboa (repentistas)
Data: 25/04/2015
Hora: 18h
Local: Mezanino 2, Espaço Cultural José Lins do Rego
Entrada: gratuita
Editado por bibiu do jatobá direto do site CLICK PB
O evento realizado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), antecipa as comemorações pelo sesquicentenário de nascimento do poeta paraibano natural da cidade de Pombal, que acontece em 19 de novembro.
O autor da biografia apresenta um trabalho amparado em fotos, documentos e informações inéditas sobre a vida e obra de Leandro de Barros. No texto de apresentação do livro, o poeta e pesquisador baiano Marco Haurélio, afirma: "Trata-se da biografia do nosso mais importante poeta popular, Leandro Gomes de Barros, patriarca da literatura de cordel e autor de, pelo menos, vinte clássicos incontestáveis do gênero. Arievaldo salda o débito que contraiu com o mestre paraibano desde que foi apresentado, na infância, pela avó Alzira de Souza Lima (1912-1994) ao grande pícaro Cancão de Fogo, espécie de Lazarillo de Tormes sertanejo, e maior criação de Leandro."
O cordelista paraibano é autor de dois folhetos que influenciaram Ariano Suassuna na criação de sua obra mais famosa, o 'Auto da Compadecida'. Trata-se de 'O Dinheiro' (ou O testamento do Cachorro), de 1909 e 'O cavalo que defecava dinheiro'. Em artigo que escreveu e publicou em 1976, o poeta Carlos Drummond de Andrade considera Leandro 'Rei da poesia sertaneja' e reivindica para ele o título de 'Príncipe dos Poetas Brasileiros', que foi concedido a Olavo Bilac, em 1913. Esse polêmico artigo de Drummond é cuidadosamente analisado em um dos capítulos da biografia escrita por Arievaldo. Segundo o autor, foi uma pesquisa árdua e persistente, ao longo dos últimos dez anos, sem contar com apoio financeiro de qualquer espécie, apenas a colaboração de amigos que também admiram a obra do grande poeta.
Na opinião do professor Gilmar de Carvalho, estudioso da cultura popular que assina o prefácio da obra, "Leandro é daquelas unanimidades a favor. Inegável que foi o grande nome do folheto e um dos sistematizadores da edição de cordéis no Brasil, com rima, métrica e folheto múltiplo de quatro páginas, com capa gráfica, no início, e com xilogravura, tempos depois. Curiosa essa passagem do violeiro para o poeta de bancada. Importante compreender como a maquinaria obsoleta para os grandes centros se interiorizava e dava lugar a jornais políticos e depois a uma atividade que movimentou a economia, que revolveu nossas camadas de memória e se fixou no imaginário social", destacou.
Poeta atemporal, Leandro se valeu da sátira para criticar os desmandos de seu tempo: a influência estrangeira em Pernambuco, estado onde se estabeleceu. Com o chicote da sátira, vergastou os coronéis da Velha República. Pleno de graça, lançou chispas em direção ao clero, sem esquecer os protestantes e a justiça (dos tribunais). Ao mesmo tempo, exaltou os cangaceiros liderados por Antônio Silvino, criando o modelo que seria seguido pelos futuros biógrafos de Lampião no cordel: a fusão do cangaceiro nordestino com o cavaleiro andante do Medievo europeu.
Em 176 páginas, o livro reúne, além dos fatos relacionados à vida do poeta, raridades como fotos de familiares, documentos que esclarecem aspectos antes obscuros da biografia de Leandro. A pesquisa tem colaboração de Cristina Nóbrega, bisneta de Daniel, irmão de Leandro. Merecem destaque também, as entrevistas com o escritor Pedro Nunes Filho e o consagrado cordelista Paulo Nunes Batista. O primeiro é bisneto de Josefa Xavier de Farias, irmã de Adelaide (mãe de Leandro). O segundo é filho do pioneiro do cordelismo, Francisco das Chagas Batista, amigo do criador de Cancão de Fogo, e guarda na memória episódios interessantes que ouvia de seu irmão Pedro Werta, afilhado do biografado.
Serviço:
Lançamento da biografia Leandro Gomes de Barros - O Mestre da Literatura de Cordel, vida e obra - autor: Arievaldo Vianna
Participações: de Iponax Vila Nova (declamador), Rogério Meneses e Antônio Lisboa (repentistas)
Data: 25/04/2015
Hora: 18h
Local: Mezanino 2, Espaço Cultural José Lins do Rego
Entrada: gratuita
Editado por bibiu do jatobá direto do site CLICK PB
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