Nota da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura
Assim como os professores paranaenses, docentes de outros estados também estão em greve pela garantia e ampliação de direitos trabalhistas e condições de trabalho: São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba e Pará. Várias cidades também estão com seus professores em greve, como Macapá (AP), Betim (MG) e Maceió (AL).
A cultura e a educação podem e devem andar juntas. É por acreditarmos na importância fundamental da educação que nos posicionamos favoráveis às demandas dos professores de todo o país e contrários a qualquer tipo de repressão policial ou midiática aos grevistas.
Em um cenário de crise econômica internacional devemos unir forças para que a educação e a cultura sejam vistas pelos governos como estruturantes para uma saída desta crise. Ambas as áreas são importantíssimas para a construção de um futuro melhor para o povo.
É no diálogo e parceria entre pontos de cultura e instituições educacionais que poderemos construir uma educação libertadora, que alie desenvolvimento econômico, social, cultural e humano. Só assim teremos um país que alie estas áreas respeitando nossa diversidade e os direitos humanos.
Temos hoje o Congresso Nacional mais conservador em décadas, que não hesita em se utilizar deste momento delicado para retirar direitos. Temos graves ameaças com o projeto de lei que amplia a terceirização e projetos que ameaçam os direitos humanos e a nossa tradição cultural ancestral.
Reiteramos nossa defesa dos povos e comunidades tradicionais de matriz afro-brasileira e indígena, que têm sido ameaçados por projetos de lei retrógrados, inconstitucionais e extremistas que vão contra diversos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Rechaçamos os projetos de lei e deputados que buscam diminuir a redução da maioridade penal. Não é com mais encarceramento que diminuiremos a violência! Dados mostram que a reincidência de pessoas oriundas do sistema socioeducativo é consideravelmente menor do que de pessoas oriundas do sistema penal. Ou seja: colocar os jovens nestas prisões que são verdadeiras “faculdades do crime” só irá piorá-los e, consequentemente, levar a sociedade a mais violência.
Precisamos é de mais cultura nas escolas e mais escolas nos Pontos de Cultura, para trabalhar desde cedo na juventude uma cultura de não violência e de respeito ao próximo. Para aqueles que cometerem crimes, precisamos de um sistema socioeducativo que não tenha uma lógica punitiva, mas sim que efetivamente reintegre estes jovens à sociedade. Para isto a educação e a cultura tem se mostrado muito eficazes quando corretamente aplicadas nas unidades socioeducativas.
Queremos nossos professores respeitados, nossa cultura e juventude vivas!
Comissão Nacional dos Pontos de Cultura
Editado por bibiu do jatobá direto do site CULTURA VIVA
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