Em
1972, sob a direção de Fernando Faro, o mestre Jackson do Pandeiro
(1919-1982) gravou um especial para a TV Cultura, cantando seus
clássicos e contando histórias curiosas de sua carreira
Ele se chamava José Gomes Filho, mas sua fama foi construída com o nome
de Jackson do Pandeiro (1919- 1982). “Por que Jackson? É uma pergunta
que todo mundo me faz”, diz sorridente. O nome veio do cinema mudo que
tinha muitos atores chamados Jack, Jacks ou Jackson e ele – “moleque,
brincando de artista” – escolheu um daqueles.
A reação de sua mãe foi instantânea: “Que cinema o quê, diabo!”. “Eu sei que, por causa disso, andei levando tapa depois de rapazote”, conta, bem humorado, o paraibano de Alagoa Grande, em depoimento ao MPB Especial (1972). O programa, gravado há 40 anos para a TV Cultura (SP), sai em DVD, com essa e outras histórias desse grande nome da cultura nordestina.
Clássicos como O Canto da Ema, Sebastiana, Forró do Limoeiro, Catirina e Chiclete com Banana são algumas das 16 músicas que compõem o DVD em preto & branco. Dirigido por Fernando Faro, Jackson intercala canções com histórias curiosas de sua vida e sua carreira, a partir de perguntas do entrevistador em off. No palco, o anfitrião é acompanhado pela banda formada por Neusa, Severo, João Gomes e Geraldo Gomes.
Crioulo
Logo no início do programa, Jackson dá pistas de sua personalidade: “Eu sou da Paraíba, camarada. Muita gente pensa que eu sou pernambucano, outros pensam que eu sou baiano. Sabe como é, pensam logo que todo crioulo é da Bahia. Não sou. Sou da Paraíba”.
Filho do oleiro José Gomes, Jackson cresceu ouvindo a mãe, dona Flora Mourão, cantar coco em festas e passou a acompanhá-la. Com a morte do pai, foi morar em Campina Grande e arranjou emprego em uma padaria.
Certa feita, um grupo de boêmios estava cantando de madrugada perto do trabalho de Jackson, como registrado no livro O Fole Roncou – Uma História do Forró (Zahar, 470 páginas), de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues.
Então ele, “aos 17 anos, suado e com sono, fez um juramento: ‘Tá doido! Vou nada ficar nessa bexiga! Não vou mais fazer pão pra homem nenhum. Vou sair daqui de qualquer maneira. Vou é entrar na roda da batucada, do samba. Quero fazer ritmo!’”.
Aventurou-se na música com instrumentos como bateria, tamborim e reco-reco, até firmar-se no pandeiro e ficar conhecido como Rei do Ritmo. “A raça foi me chamando Zé Jack. Aí perguntavam ‘você não conhece Zé Jack? Jack do pandeiro, rapaz!’”, conta. Ao mudar-se para Recife, passou a cantar no Rádio Jornal do Commercio. “Me botaram mais um ‘son’ para acabar de ajustar o negócio. Então ficou Jackson do Pandeiro. Confere?”.
Balanço
O registro histórico dá conta, ainda, de seu primeiro contato com o piano - “miserável da goteira que não tem balanço” -; passando pela primeira apresentação de Sebastiana no Carnaval de Recife; e a “fome da bexiga” que enfrentou na infância. Amizade, acidente de carro e espiritismo também são temas abordados por Jackson no DVD.
Caetano Veloso e Gilberto Gil ganham menção especial. “Os dois rapazes são dos melhores artistas brasileiros. O Caetano 100%, o Gil ainda acho um tiquinho mais à frente, porque canta no balanço, na pesada, como eu gosto”. Apesar do áudio e da imagem serem prejudicados pela captação feita há 40 anos, o DVD deixa sua mensagem nas palavras do próprio Jackson sobre os baianos: “Agradeço a eles que puseram a juventude de agora para conhecer Jackson do Pandeiro”.
A reação de sua mãe foi instantânea: “Que cinema o quê, diabo!”. “Eu sei que, por causa disso, andei levando tapa depois de rapazote”, conta, bem humorado, o paraibano de Alagoa Grande, em depoimento ao MPB Especial (1972). O programa, gravado há 40 anos para a TV Cultura (SP), sai em DVD, com essa e outras histórias desse grande nome da cultura nordestina.
Clássicos como O Canto da Ema, Sebastiana, Forró do Limoeiro, Catirina e Chiclete com Banana são algumas das 16 músicas que compõem o DVD em preto & branco. Dirigido por Fernando Faro, Jackson intercala canções com histórias curiosas de sua vida e sua carreira, a partir de perguntas do entrevistador em off. No palco, o anfitrião é acompanhado pela banda formada por Neusa, Severo, João Gomes e Geraldo Gomes.
Crioulo
Logo no início do programa, Jackson dá pistas de sua personalidade: “Eu sou da Paraíba, camarada. Muita gente pensa que eu sou pernambucano, outros pensam que eu sou baiano. Sabe como é, pensam logo que todo crioulo é da Bahia. Não sou. Sou da Paraíba”.
Filho do oleiro José Gomes, Jackson cresceu ouvindo a mãe, dona Flora Mourão, cantar coco em festas e passou a acompanhá-la. Com a morte do pai, foi morar em Campina Grande e arranjou emprego em uma padaria.
Certa feita, um grupo de boêmios estava cantando de madrugada perto do trabalho de Jackson, como registrado no livro O Fole Roncou – Uma História do Forró (Zahar, 470 páginas), de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues.
Então ele, “aos 17 anos, suado e com sono, fez um juramento: ‘Tá doido! Vou nada ficar nessa bexiga! Não vou mais fazer pão pra homem nenhum. Vou sair daqui de qualquer maneira. Vou é entrar na roda da batucada, do samba. Quero fazer ritmo!’”.
Aventurou-se na música com instrumentos como bateria, tamborim e reco-reco, até firmar-se no pandeiro e ficar conhecido como Rei do Ritmo. “A raça foi me chamando Zé Jack. Aí perguntavam ‘você não conhece Zé Jack? Jack do pandeiro, rapaz!’”, conta. Ao mudar-se para Recife, passou a cantar no Rádio Jornal do Commercio. “Me botaram mais um ‘son’ para acabar de ajustar o negócio. Então ficou Jackson do Pandeiro. Confere?”.
Balanço
O registro histórico dá conta, ainda, de seu primeiro contato com o piano - “miserável da goteira que não tem balanço” -; passando pela primeira apresentação de Sebastiana no Carnaval de Recife; e a “fome da bexiga” que enfrentou na infância. Amizade, acidente de carro e espiritismo também são temas abordados por Jackson no DVD.
Caetano Veloso e Gilberto Gil ganham menção especial. “Os dois rapazes são dos melhores artistas brasileiros. O Caetano 100%, o Gil ainda acho um tiquinho mais à frente, porque canta no balanço, na pesada, como eu gosto”. Apesar do áudio e da imagem serem prejudicados pela captação feita há 40 anos, o DVD deixa sua mensagem nas palavras do próprio Jackson sobre os baianos: “Agradeço a eles que puseram a juventude de agora para conhecer Jackson do Pandeiro”.
FONTEE - http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/especial-da-tv-cultura-de-1972-com-o-rei-do-ritmo-sai-em-dvd/
FOTO COLHIDA POR BIBIU DO JATOBÁ.
Nenhum comentário:
Postar um comentário