Depois de uma
carreira artística marcada pelo talento ao manusear o Pandeiro, Jackson morreu a
10 de Julho de 1982, aos 62 anos de idade, ainda muito ativo, portanto a exatos
35 anos, de embolia pulmonar e
cerebral.
Foi enterrado, no Cemitério do Caju, pela
mulher, Neusa Flores, e pelos irmãos, Geraldo e João Gomes, que com os nomes de
Cícero e Tinda tocavam com Jackson formando o "Conjunto Borborema". O
ritmista, cantor e compositor não teve filhos nem com Neusa e nem com a
primeira mulher, a cantora Almira Castilho, que com ele dividiu por muitos anos
sucessos como "Sebastiana”.
FAGNER, ZÉ RAMALHO e JACKSON DO PANDEIRO |
Carmélia Alves, Benedito Nunes, Antônio
Barros (autor de "Homem com "H", gravado por Nei Matogrosso) e
Ceceu (autora de "Bate Coração", sucesso de Elba Ramalho) foram os
poucos amigos artistas que acompanharam
o enterro de Jackson do Pandeiro, que, para Carmélia Alves, "é, sem
dúvida, um nome importante na história da música brasileira".
No sábado em que ele faleceu, Neusa, sua
esposa, passou algumas horas com o
marido, ele interessado nos "gols" de Zico e sem saber, segundo
Neusa, da desclassificação do Brasil na Copa do Mundo. Reclamou da comida sem
sal que lhe serviram de almoço e, apesar de diabético, pediu açúcar para o
mamão da sobremesa e para a laranjada. Confiante em sua recuperação, Neusa
voltou para o hotel em que se hospedava e às cinco da tarde recebeu telefonema
para voltar urgentemente ao hospital, onde já encontrou Jackson do Pandeiro
morto.
Paraibano de Alagoa Grande, Jackson do
Pandeiro se criou em Campina Grande, onde iniciou a carreira artística cantando
nos clubes e cabarés da cidade.
O sucesso veio no inicio dos anos 50.
Contratado pela Rádio Jornal do Comércio, de Recife, a principio somente como
ritmista (conforme as recordações de Carmélia Alves, também à época da Rádio
Jornal do Comércio), Jackson do Pandeiro gravou nos estúdios da própria
emissora um disco de 78 rotações, com as músicas "Forró em Limoeiro"
e "Sebastiana" (que Gal Costa gravou de novo no início dos anos 70).
Com este disco "estourou no Sul", e pouco depois foi morar no Rio
para onde trouxe Almira, que conheceu também na Rádio Jornal do Comércio onde
ela era "tele-atriz" de novelas. Já no Rio trabalhou para as rádios
Nacional e Mayrink Veiga, as principais emissoras de sucesso da época.
ALMIRA CASTILHO E O ESPOSO JACKSON DO PANDEIRO |
Autor de músicas como "Chiclete com Banana" e "Canto da
Ema", regravadas muitos anos depois por Gilberto Gil, de "Me Segura
Que Eu Vou Dar um Troço" e de "Cantiga do Sapo", Jackson há um ano
antes do falecimento, tinha se desligado da gravadora Poligram e estava sendo chamado pela
"Ariola", que pretendia fazer um disco com outros intérpretes como
Elba Ramalho, Alceu Valença e Moraes Moreira cantando sucessos seus.
Jackson do Pandeiro teve sempre o
reconhecimento do público e agenda cheia, fazendo espetáculos por todo o
Brasil. Hoje, os restos mortais do
grande músico, se encontram em sua terra natal, Alagoa Grande, no Memorial
Jackson do Pandeiro que é visitado diariamente por turistas, estudantes,
músicos, artistas em geral de todo o mundo.
TURISTAS DE TODO O MUNDO VISITAM O MEMORIAL DE JACKSON DO PANDEIRO |
De 28 de Agosto a 03 de Setembro, se
realiza em Alagoa Grande, o roteiro cultural Caminhos do Firo que nesta cidade
recebe o nome de “Festival de Artes Jackson do Pandeiro” que consiste em uma
semana inteira de gastronomia local, arte e cultura, principalmente muito forró
que era o ritmo defendido pelo grande mestre e que continua sendo cultuado
pelos artistas da cidade e da região em torno dos diversos grupos de pé-de-serra
que mantêm viva a tradição nos bailes, feiras e clubes diversos, semanalmente.
TURISTAS ASSISTEM A FILMES E VÍDEOS SOBRE A VIDA DE JACKSON, NO MEMORIAL |
Edição da matéria de Severino Antonio
- bibiu
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