A
Procuradoria Geral do Estado da Paraíba (PGE-PB), em parceria com a
Academia Paraibana de Letras (APL), promove nesta quinta-feira (10) uma
programação especial dentro das comemorações do centenário do livro Eu,
de Augusto dos Anjos, com a participação do poeta, dramaturgo e escritor
paraibano Ariano Suassuna. O autor de obras como “O Auto da
Compadecida” e “A Pedra do Reino” vai ministrar uma aula espetáculo
intitulada “A Paraíba, um estado de poésis”, às 19h30, na Estação Cabo
Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano Cabo Branco, em João
Pessoa.
O
evento é gratuito e aberto ao público.
Na oportunidade, o escritor paraibano, que também é membro da APL, vai
receber, da Procuradoria Geral do Estado, a Medalha do Mérito
“Procurador José Américo de Almeida”. “Conceder a mais alta honraria da
PGE-PB, que está sendo outorgada pela primeira vez, a Ariano Suassuna é
uma forma de prestar uma justa homenagem a um dos paraibanos que vem
contribuindo de forma decisiva para o fortalecimento e a difusão da
nossa cultura, em todo o País e até no exterior”, disse o procurador
geral do Estado, Gilberto Carneiro.
A medalha que será conferida a Ariano Suassuna está prevista no Artigo
136 da Lei Orgânica da PGE, regulamentada pela Lei Complementar nº
86/2008, como forma de homenagear as personalidades que colaboram para o
desenvolvimento do Estado.
O presidente da APL, Damião Ramos Cavalcanti, destacou a importância do
evento como forma de deflagrar uma série de palestras e conferências a
serem proferidas por personalidades de renome, que contribuem para um
melhor conhecimento do valor cultural paraibano.
A
aula espetáculo será aberta ao público.
Perfil do homenageado – Ariano Vilar Suassuna, advogado, professor,
teatrólogo e romancista, desde 1990 ocupa a cadeira número 32 da
Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Araújo Porto Alegre, o
Barão de Santo Ângelo (1806-1879).
Filho de João Suassuna e de Rita de Cássia Villar, Ariano estava com
pouco mais de três anos quando seu pai, que havia governado o Estado no
período de 1924 a 1928, foi assassinado no Rio de Janeiro, em
consequência da luta política às vésperas da Revolução de 1930.
No mesmo ano, sua mãe se transferiu com os nove filhos para Taperoá,
onde Ariano Suassuna fez os estudos primários.
No
sertão paraibano, ele se familiarizou com os temas e as formas de
expressão que mais tarde vieram a povoar a sua obra.
Em 1942, a família se mudou para Recife e os primeiros textos de Ariano
foram publicados nos jornais da cidade, enquanto ele ainda fazia os
estudos pré-universitários. Em 1946, Ariano iniciou a Faculdade de
Direito e se ligou ao grupo de jovens escritores e artistas que tinha à
frente Hermilo Borba Filho, com o qual fundou o Teatro do Estudante
Pernambucano. No ano seguinte, Ariano escreveu sua primeira peça, “Uma
Mulher Vestida de Sol”, e com ela ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno.
Após formar-se na Faculdade de Direito, em 1950, passou a dedicar-se
também à advocacia. Mudou-se de novo para Taperoá, onde escreveu e
montou a peça “Torturas de um Coração”, em 1951.
No
ano seguinte, voltou a morar em Recife. “O Auto da Compadecida” (1955),
encenado em 1957 pelo Teatro Adolescente do Recife, conquistou a
medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. A peça o
projetou não só no país como foi traduzida e representada em nove
idiomas, além de ser adaptada com enorme sucesso para o cinema.
No dia 19 de janeiro de 1957, Ariano se casou com Zélia de Andrade Lima,
com a qual teve seis filhos. Foi membro fundador do Conselho Federal de
Cultura, do qual fez parte de 1967 a 1973, e do Conselho Estadual de
Cultura de Pernambuco, no período de 1968 a 1972. Em 1969 foi nomeado
diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), ficando no cargo até 1974.
Ariano
estava sempre interessado no desenvolvimento e no conhecimento das
formas de expressão populares tradicionais e, no dia 18 de outubro de
1970, lançou o Movimento Armorial, com o concerto “Três Séculos de
Música Nordestina: do Barroco ao Armorial”, na Igreja de São Pedro dos
Clérigos e uma exposição de gravura, pintura e escultura.
O escritor também foi secretário de Educação e Cultura do Recife, de
1975 a 1978. Doutorou-se em História pela Universidade Federal de
Pernambuco, em 1976, e foi professor da UFPE por mais de 30 anos, onde
ensinou Estética e Teoria do Teatro, Literatura Brasileira e História da
Cultura Brasileira.
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