Tudo que Deus Criou (Foto: divulgação)
Primeiro longa-metragem inteiramente rodado na cidade de Campina Grande, na Paraíba, o filme conta a história do jovem Miguel Arcanjo (Paulo Phillipe), que, entre traumas e obstáculos, convive com a necessidade de sustentar a família de classe média baixa.
A mãe (Maria Gladys), cega por conta da diabetes, perdeu o gosto pela vida e passa os dias acomodada, importunando todos da casa com sua rabugice. O núcleo se completa com a irmã amargurada, Ângela (Guta Stresser), e o cunhado bêbado e violento (Cláudio Jaborandy).
O cotidiano é uma sequencia de humilhações e acontecimentos de superação e tragédia. Em paralelo, Miguel encontra alegria e amor numa espécie de triângulo vivido com a cega Maura (Letícia Spiller) e o vizinho João (Paulo Vespúcio), pai solteiro que trabalha como leitor na biblioteca pública. Seu filho Luís (José Victor Amorim) passa as tardes com Miguel, o qual o trata como um irmão mais novo.
Fugindo de estereótipos, Tudo Que Deus Criou é uma obra potente, contendo cenas fortes de crueldade verbal, desarmonia afetiva e dificuldades financeiras típicas que levam alguns a uma aviltante zona de exclusão. Livremente baseado em fatos, este drama urbano levanta muitas discussões em torno dos ditos valores familiares, de desejos sexuais reprimidos e da relação ainda de dominação entre homem e mulher. Temas como religiosidade, homossexualidade, prostituição e HIV misturam-se com afetos, carências e fragilidades comuns a qualquer ser humano.
Conhecido como organizador do festival Comunicurtas, realizado há nove anos em Campina Grande (PB), e pelos curtas A Encomenda do Bicho Medonho (2006) e Amanda & Monick (2008), o cineasta André da Costa Pinto faz sua primeira ficção em longa-metragem contando com 90% da equipe paraibana como ele, e o patrocínio exclusivo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde estudou e hoje leciona e dirige o setor de Audiovisual. Também merece destaque a trilha sonora, que incorpora composições da conterrânea Val Donato e do músico carioca Nervoso, nome artístico de André Paixão.
O título estreou no Festival Olhar de Cinema, em Curitiba (PR), em junho de 2012. De lá pra cá, participou de diversos festivais, como o Mix Brasil, no Rio de Janeiro, em 2012, e os festivais de Cinema Gay e Lésbico de Miami (EUA), LGBT de Tessalônica (Grécia) e da Diversidade Sexual em Recife (PE), o Recifest, todos em 2013.
Nesse mesmo ano, levou as estatuetas de melhor longa nacional e melhor atuação para o conjunto das três atrizes (Letícia Spiller, Guta Stresser e Maria Gladys) durante o For Rainbown – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, em Fortaleza (CE), e os troféus de melhor roteiro e ator (para Paulo Phillipe) durante o Fest Aruanda, em João Pessoa (PB). Em 2014, vieram os prêmios de melhor roteiro, direção, filme e conjunto de atuações no Festival de Cinema de Cabo Frio (RJ).
Terça, dia 20/01, às 22h e sábado, dia 24/01, à meia-noite e quinze
Publicação - bibiu do jatobá - Matéria colhida no site - http://canalbrasil.globo.com/programas/selecao-brasileira/materias/tudo-que-deus-criou-dia-20-de-janeiro-no-canal-brasil.html
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