segunda-feira, 29 de junho de 2015

O TEMA FUTEBOL NA MÚSICA DE JACKSON DO PANDEIRO

jackson
Jackson do Pandeiro e o escudo do Flamengo em seu violão (foto de capa do LP “O melhor de Jackson do Pandeiro” – Polygram)


 “Esse jogo não é 7×1…”. Os versos gravados há mais de 60 anos por Jackson do Pandeiro em “1×1” (Edgar Ferreira) não foram bem assim, mas, se o paraibano de Alagoa Grande, falecido em 1982, presenciasse a catástrofe brasileira na Copa do Mundo de 2014 diante da Alemanha, certamente gravaria uma canção sobre o assunto. Apaixonado por futebol, Jackson cantou a seleção brasileira, o Flamengo e o futebol em geral. Como abusava do humor em suas canções, o 7×1 sofrido pelo Brasil provavelmente não passaria batido.

Música e futebol, duas grandes paixões do povo brasileiro, há muito que se entrelaçam, fortalecendo-se entre si. A cada ano surgem diferentes músicos com novas composições ou regravações sobre o esporte mais popular do Brasil. Por outro lado, no meio do futebol, diversos atletas se aventuraram na arte de cantar. Podemos citar, por exemplo, os ex-craques Pelé, que gravou com Elis Regina; Zico, que cantou ao lado de Fagner; Júnior, que tornou famosa a canção “Povo feliz”, popularmente conhecida como “Voa, Canarinho”, e até mesmo o ex-centroavante Nunes. Mais comum , como já dito, é o inverso, ou seja, o futebol ser tema de músicas interpretadas por cantores profissionais. Chico Buarque, Jorge Ben, Moraes Moreira, Wilson Simonal e Tim Maia são só alguns dos inúmeros artistas que cantaram o esporte em seus discos. Na música nordestina, Jackson do Pandeiro pode ser considerado o maior exemplo, apesar de só ter praticamente uma canção famosa sobre futebol amplamente conhecida, a já citada “1×1”.

José Gomes Filho, nascido em 31/08/1919, só foi gravar suas primeiras músicas em 1953, já conhecido como Jackson do Pandeiro. “Forró em Limoeiro” (Edgar Ferreira), e, principalmente, “Sebastiana” (Rosil Cavalcanti), estouraram nas rádios e alavancaram a carreira do paraibano, que seguiu lançando discos até 1981, ano anterior ao do seu falecimento, ocorrido em 10/07/1982. 


Gravou forrós, xotes, marchas, frevos, sambas, batuques etc. Como ele próprio dizia, “se o ritmo fosse brasileiro, estava dentro”. Por tal motivo, e pela forma de divisão vocal que efetuava nas suas interpretações, ganhou a alcunha de “O Rei do Ritmo”. Gravou mais de 430 músicas em sua carreira, compondo cerca de 160 delas. A maioria das letras tinha como característica o bom humor, falando sobre causos, brigas e confusões, embora também tenha cantado diversas outras temáticas, como o futebol. Flamenguista, torcedor também do Treze de Campina Grande (cidade onde passou sua adolescência e juventude) e grande fã de Zico, sobre o esporte bretão Jackson gravou exatamente 10 músicas, citando-o ainda em outras gravações, como “Samba do Ziriguidum” (Jadir de Castro/Luiz Bittencourt), sem que fosse, entretanto, o assunto central. Apesar de haver na literatura brasileira alguns livros sobre o futebol na música nacional, a maioria cita Jackson do Pandeiro apenas por “1×1” ou “Frevo do bi” (Braz Marques/Diógenes Bezerra), omitindo as demais canções que o Rei do Ritmo gravou sobre o tema, até porque grande parte de seus trabalhos foi gravado em discos de 78 rpm e se tornou raridade, sendo de conhecimento apenas de colecionadores e pesquisadores. 
Ultimo show de Jackson - Brasília -  em 1982

Para preencher essa lacuna, seguem abaixo as 10 canções que Jackson do Pandeiro lançou sobre futebol:


“1×1” (Edgar Ferreira, 1954) – “Esse jogo não pode ser 1×1, se o meu clube perder é zumzumzum…”. A mais conhecida gravação de Jackson sobre o futebol “servia para todas as torcidas”, segundo ele. A idéia inicial era fazer para Pernambuco, usando as cores dos 3 principais clubes capibaribes: Santa Cruz, Náutico e Sport. Ao falar em “encarnado, preto e branco”, “encarnado e preto” e “encarnado e branco”, no entanto, a letra abrangeu milhares de times que se utilizam dessas cores em seus uniformes e acabou servindo para todo o Brasil. Gravada em 1953, em Recife, e lançada em 1954, a música é de autoria do compositor pernambucano Edgar Ferreira (1922-1995), que foi um dos principais parceiros de Jackson no início de sua carreira, quando gravou sucessos como “Forró em Limoeiro”, “Cremilda”, “Ele disse” e “Vou gargalhar”. A canção foi gravada posteriormente por nomes como Zé Ramalho, Genival Lacerda, Quinteto Violado, Fuba de Taperoá, Carmélia Alves, Trio Nordestino e até mesmo pelo grupo de pop/rock Os Paralamas do Sucesso.

“4×1” (Damião Florêncio e José Gomes, 1957) – “4×1” marcou um dos poucos duetos vocais entre Jackson do Pandeiro e Almira Castilho (1924-2011), sua grande parceira musical e também esposa, com quem conviveu desde o começo de seu sucesso profissional, em 1953, até a separação do casal, no final dos anos 60.
Apesar de constar na autoria o nome de José Gomes, a composição é de Damião Florêncio e da própria Almira Castilho, já que José Gomes nada mais era que o pseudônimo usado por Almira em algumas composições, em razão da incompatibilidade entre editoras musicais. Embora não cite nomes de clubes ou jogadores, a letra traz um “embate” entre a dupla de cantores na forma de uma partida de futebol. Foi lançada em 78rpm e no lp de 10 polegadas “Jackson e Almira – Os donos do ritmo”, de 1957.


“Frevo do bi” (Braz Marques/Diógenes Bezerra, 1962) – a mais divulgada gravação de Jackson do Pandeiro sobre a seleção brasileira saiu em 1962, em um 78rpm, pouco antes da conquista do bicampeonato mundial no Chile. Na letra, os autores imaginam um “baile de bola” conduzido por Didi, Garrincha e Pelé. Gravada como um frevo épico, a canção também ganhou uma versão de Tom Zé e Gereba, lançada no álbum “Cantando com a plateia”, de 1990.

“Scratch de ouro” (Maruim/Oscar Moss, 1963) – Interpretada em forma de samba, a música festeja o bi mundial da seleção brasileira, nominando toda a equipe titular do escrete de ouro: Gilmar, Mauro, Djalma Santos, Zito, Zózimo, Nilton Santos, Zagallo, Didi, Vavá, Pelé e Garrincha. Apesar de a relação contar com 12 atletas, o fato pode ser explicado: Pelé deixou a Copa na segunda partida da seleção brasileira, após contusão, sendo substituído brilhantemente pelo artilheiro Amarildo. Os compositores, então, acharam por bem incluir os dois craques na letra.


“Olé do Flamengo”
(Jackson do Pandeiro/Braz Marques, 1964) – como o próprio título já transparece, a canção enaltece a paixão pelo Clube de Regatas do Flamengo, time de coração de Jackson do Pandeiro: “Eu vou, eu vou amanhã, ver Flamengo jogar lá no Maracanã…eu não perco nenhum jogo, seja de noite ou de dia”. Incluída no LP “Coisas nossas”, de 1964, a música fala do “olé” que a equipe rubro-negra dá em vários rivais locais, como Vasco, Botafogo e Fluminense, além da mais temida equipe brasileira da época: o “Santos de Pelé”. 


“A taça era dela” (Waldemar Silva e Rubens Campos, 1967) – de forma irreverente, o samba critica a polêmica conquista da Copa do Mundo de 1966 pela seleção anfitriã, a Inglaterra, que na final venceu a Alemanha após o juiz ter validado um gol em que a bola não chegou a ultrapassar a linha da trave. Na letra, o compositor é direto: “a Inglaterra fez uma Copa do Mundo, pra ela, pra ela, o campeonato ainda não havia começado e a taça já era dela”. A faixa saiu no álbum “A Braza do Norte” (brasa com “z” mesmo), de 1967, o último lp que traz Almira Castilho na capa.


“Frevo do tri” (Braz Marques e Álvaro Castilho, 1971) – por muito tempo uma rara canção do repertório jacksoniano (somente em 2014 saiu em cd, em um box que garimpou preciosidades do Rei do Ritmo), o frevo “saúda os supercampeões”, celebrando a 3ª taça mundial conquistada pelo Brasil no futebol, dessa vez em território mexicano. Ao contrário das anteriores “Frevo do bi” e “Scratch de ouro”, a letra não cita nomes de jogadores, mostrando a emoção do torcedor, que “gritou, torceu, chorou e sofreu”. Assim como o “Frevo do bi”, é uma excelente canção sobre Copa do Mundo, bem diferente das que são lançadas na atualidade. 

“O bom torcedor” (Braz Marques e Jackson do Pandeiro, 1971) – A letra retrata a paixão do brasileiro pelo futebol, “de norte a sul”. Nela, o autor fala sobre suas equipes prediletas em alguns estados, citando Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro e Santa Cruz, equipes de grande popularidade. Apesar de citar apenas clubes, a música traz na sua introdução a narração de um gol do Brasil anotado por Pelé, com pequeno trecho repetido no final da faixa. Foi lançada em 1971, no LP “O dono do forró”, disco que marcou a estreia do sanfoneiro Severo nas gravações com Jackson.


“O Rei Pelé” (José Gomes Filho/Sebastião Batista, 1974) – A homenagem que o Rei do Ritmo fez ao Atleta do Século XX veio no LP “Nossas Raízes”, de 1974, mesmo ano em que Pelé se despediu do Santos Futebol Clube. A 1ª faixa do lado B, “O Rei Pelé”, que narra as virtudes de Edson Arantes do Nascimento dentro de campo, pode ser considerada a principal música do forró em reverência ao jogador, que também foi tema de canções em outros ritmos da MPB. Em cd, saiu apenas na coletânea “Enciclopédia Musical Brasileira”, que traz Jackson ao lado do baiano Gordurinha.

“Bola de pé em pé” (Jackson do Pandeiro/Sebastião Batista, 1981) – lançada no último lp gravado por Jackson, um ano antes do seu falecimento, a música também homenageia o Flamengo. Quando fala em “Flamengo é tricampeão, acredite quem quiser”, a composição faz referência, de forma implícita, ao tricampeonato carioca conquistado pelo time em 1979. Nos anos seguintes, os versos poderiam ser utilizados novamente pelos torcedores em outras quatro conquistas de tricampeonato do rubro-negro: o brasileiro, em 1983, carioca, em 2001 e 2009, e da Copa do Brasil, em 2013.



Pesquisa de bibiu do jatobá.

Texto escrito por Érico Sátiro, de João Pessoa – PB

Origem  – 220615 - http://www.forroemvinil.com/texto-jackson-do-pandeiro-e-o-futebol/

OBSERVAÇÃO - O violão constante na foto primeira empunhado pelo cantor, e vasto acervo ORIGINAL do artista, se encontram no MEMORIAL DE JACKSON DO PANDEIRO situado em sua cidade natal ALAGOA GRANDE, PB, e aberto diariamente ao público de 09 h até as 16 h - Informações pelo fone (83) 9 9903 2392 ou Email: severinopb@uol.com.br  

domingo, 28 de junho de 2015

FILHOS DE JACKSON - CABO TENÓRIO - 22º SALÃO DE ARTESANATO DA PARAIB...

HOJE, 28/06, A COMUNIDADE DA RUA SÃO JOSÉ, REALIZA MAIS UM TRADICIONAL "PAU-DE-SEBO"

Neste domingo (28), acontece o tradicional "Pau de Sebo" da Rua São José em Alagoa Grande. O evento acontece na pracinha a partir das 16:00h. Após as disputas do Pau de Sebo será realizado o sorteio de um lindo garrote e em seguida muito forró pé de serra ao som de Rosildo Sanfoneiro e Forrozão Pai e Filho.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

EXCLUSIVO! CANTOR PERNAMBUCANO SILVÉRIO PESSOA, LANÇA DISCO EM HOMENAGEM A JACKSON DO PANDEIRO, HOJE, DIA DE SÃO JOÃO, NO PÁTIO DE SÃO PEDRO, PALCO PRINCIPAL DO SÃO JOÃO DO RECIFE.

 É isto mesmo alagoagrandenses e publico em geral; O CANTOR PERNAMBUCANO SILVÉRIO PESSOA, LANÇA DISCO EM HOMENAGEM A JACKSON DO PANDEIRO, HOJE, DIA DE SÃO JOÃO, NO PÁTIO DE SÃO PEDRO, PALCO PRINCIPAL DO SÃO JOÃO DO RECIFE.

 Em postagem no facebook, hoje á tarde, 24/06, o mesmo faz um convite: “Hoje às 23:30, mais um show de Silvério Pessoa cantando Jackson do Pandeiro no Pátio de São Pedro. Aguardamos vocês!” – Silvério Pessoa.

CAPA DO NOVO CD DE SILVÉRIO PESSOA EM HOMENAGEM A JACKSON DO PANDEIRO
 Um dos mais revolucionários músicos nordestinos, integrante do movimento armorial (Ariano Suassuna) – MANGUE BEAT, o mesmo lançou um revolucionário disco com releituras de musicas de Jackson do Pandeiro, em 2003, o “MICRÓBIO DO FREVO” considerado até hoje, um marco na música nordestina.

 O Conselheiro Estadual da Cultura, o alagoagrandense Severino Antonio – bibiu do jatobá – dialogando com assessores da FUNESC, inclui a possibilidade de SILVÉRIO PESSOA vir fazer uma apresentação do seu novo projeto com releituras de musicas de Jackson do Pandeiro, no próximo “CAMINHOS DO FRIO” que acontecerá em Agosto próximo, em Alagoa Grande.
 
É a cultura de Alagoa Grande se fortalecendo no mundo...





Confiram agora no facebook de Silvério Pessoa todas estas informações  -  https://www.facebook.com/SilverioPessoaOficial

REPORTAGEM e PESQUISA DE FOTOS REALIZADAS POR SEVERINO ANTONIO (bibiu do jatobá),

No facebook  -   https://www.facebook.com/severino.bibiu


E em nosso site  -  CIDADANIA ALAGOAGRANDENSE   -  Basta clicar e acessar.

PÚBLICO ALAGOAGRANDENSE PRESTIGIA SHOW DAS BANDAS LOCAIS QUE ABRILHANTARAM A NOITE DE SÃO JOÃO DA TERRA DE JACKSON DO PANDEIRO


 
Uma multidão compareceu na primeira noite do São João 100% Alagoa Grande. A área externa do ginásio O Bodão ficou praticamente lotada, e as bandas Forró Quentão, Guerreiros do Forró e Forró do Auge (todas de Alagoa Grande), animaram os forrozeiros ate as primeiras horas da manhã de hoje, 24/06, dia de São João. Vejam as imagens:


































São João do Carneirinho - O masi venerado do Nordeste


 





 Jackson do Pandeiro (O Rei do Ritmo), de Alagoa Grande, PB
Reportagem e fotos adquiridas por BIBIU DO JATOBÁ no: BLOG DO RILDO